quinta-feira, 13 de maio de 2010

Anotações sobre conceitos marxistas... [2]


É sobre o capitalismo que Marx vai se flexionar em todos os seus estudos econômicos, a saída socialista é decorrente da visão que ele tinha de o capitalismo ser um sistema acéfalo e que transformava o homem e seu trabalho em mercadorias, sem nenhum tipo plano, e ainda, esta mercadoria, o trabalho humano não é valorado de forma real, mas sempre em algo inferior.


A coisa produzida ou mercadoria é constituída de valores que se sobrepõem a coisa em si, contudo, é necessário destacar a produção dessa mercadoria, onde é necessário outra, o trabalho humano. A partir dos estudos feitos das obras de Adam Smith e Ricardo, bem como a própria observação do cotidiano fabril, Marx julgou a economia capitalista desagregadora do homem enquanto tal, pois o aliena e o põe em desalinho com seus semelhantes. Partindo da afirmação de que “é necessário estar vivo para realizar trabalho”, o sociólogo e economista alemão demonstra de que maneira o capital aliena o trabalho dos homens. O modo de produção capitalista só rende ao operário o necessário para ele se manter vivo e de pé para no dia seguinte produzir de novo, todavia este serviço não está em benefício do operário, pois o que ele recebe em troca não corresponde às horas trabalhadas quiçá ao valor final da produção.

Toda esta tessitura ocasiona o que Marx definiu como fetichismo, o produto, tem significado maior que a produção e consequentemente que o produtor (aquele que realizou trabalho). Desta forma, o segredo da mercadoria está, não necessariamente em seu valor de uso, porém no seu valor de troca, este se refere a quantidade de trabalho realizado para produzir mercadoria, aquele indica a utilidade e funcionalidade que o produto tenha. Não obstante os indivíduos acharem que procuram um produto pela sua utilidade, o que está em jogo na verdade é o valor de troca de cada produto. Assim, um relógio tem valores diferentes, mesmo que todos marquem as horas, (o que poderia levar a uma interpretação de que o que se compra é a sua utilidade) o que ocorre é a compra pelo valor de troca.

Este apego sobre o produto é que Marx vai criticar, pois não se deveria focar o produto e pronto, este produto para chegar às prateleiras passou por diferentes trabalhos humanos e que sequer atribuídos valor, na hora da troca do dinheiro pelo produto, e o trabalhador não recebe pelo que ele produziu, cabendo a mais-valia ao patrão, ou seja, o lucro, base elementar capitalista.


Assim, o segredo da mercadoria pode ser entendido como valores contidos dentro do valor final da mercadoria, o que gera um desarranjo entre a mercadoria e a força de trabalho, que é vendida todos os dias nas fábricas e a mercadoria resultante desse processo, que é supervalorizada em detrimento da mercadoria trabalho humano e decorrente a isso sucede o fetichismo ao produto e que o próprio proletário que vende sua mercadoria (força de trabalho), compra-a de volta supervalorizada nos produtos decorrentes desta primeira mercadoria.

Marcadores:

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial