segunda-feira, 13 de abril de 2009

Conceitos Filosóficos sobre a Vontade [PARTE I]




A vontade é conceituada como sendo a capacidade de associar o "livre arbítrio e o determinismo". O próprio indivíduo tem a opção de escolher se faz ou não faz determinado ato, julgando, avaliando sugerindo e opinando sobre suas próprias ações; a resolução depende só da vontade própria. Os atos podem ser decorrentes de vontade ou de impulsos ou de instintos. Os atos da vontade ocorrem com representações conscientes do fim, com conhecimentos dos meios e das conseqüências.

Os impulsos são atos sem conteúdo e sem direção, aparecem subitamente e geralmente com conseqüências danosas. O indivíduo se entrega de maneira passiva e cega, ignorando o objetivo. São exemplos de impulsos patológicos: piromania, toxicofilia e cleptomania. Vontade é a capacidade através da qual tomamos posição frente ao que nos aparece. Diante de um fato, podemos desejá-lo ou rejeitá-lo. Ante um pensamento, podemos afirmá-lo, negá-lo ou suspender o juízo.

Para os filósofos Santo Agostinho e Descartes, vontade e liberdade é a mesma coisa: a faculdade através da qual somos dignos de louvor, quando escolhemos o bom, e dignos de reprovação, quando escolhemos o mau. Agostinho e Descartes concordam em que o fato de nós humanos termos vontade nos torna responsáveis pelas nossas decisões e ações. A dimensão moral do homem decorre do fato dele ter vontade.

Em Agostinho, a escolha digna de reprovação é pecado. Em Descartes é erro. O pecado é uma falta religiosa oriunda da vontade. O erro é uma falta moral ou epistêmica, moral quando a falta oriunda da vontade é prática, epistêmica quando a falta oriunda da vontade é teórica.
Agostinho e Descartes também concordam em afirmar que o fato de termos vontade não só nos torna responsáveis por nossos atos e decisões como também livra Deus de qualquer responsabilidade sobre a mesma, tal como explica a teodicéia.

Podemos apelar para a vontade, haja vista que o futuro não é determinado, todas as conseqüências da vida futura são orientadas por um conjunto de ações que são causas do que virá acontecer. O conhecimento do que é permanece inacessível, talvez esta seja ainda o ânimo da vida humana, posto que podemos imaginar que, se o homem conhecesse os mistérios do ser, conheceria todas as suas perspectivas, chegando assim numa condição de desânimo por não poder decidir seu destino. É o estado de vontade ou liberdade que nos permite que não desanimemos desta vida.

Crédito da imagem: http://ibnvida.com

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1 Comentários:

Blogger Lucas Santana disse...

Ou seja, estou comentando esta postagem porque me deu vontade, ok?!

Lerei a Parte II - O Fim se me der vontade.

22 de abril de 2009 às 00:13  

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